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Nasceu no dia 20 de novembro de 1947, em Maricá, RJ. Do seu casamento com o inesquecível Walkir Ventura Rego nasceram dois tesouros: Alexandre, casado com Adriana, e Larissa, casada com Nelson, que lhe deram três netos: Guilherme, Giulia e Marina.
Pedagoga, Tecnóloga Edu-cacional, poetisa, declamadora, fez aulas de canto lírico. Estudou declamação no Curso Maria Sabina, sendo aluna da sua querida cunhada e amiga, a poetisa Neide Barros Rêgo e diplomou-se em Arte de Dizer pelo Curso Olavo Bilac, dirigido por Maria Sabina, no Rio de Janeiro.
Poetisa e intérprete premiada, fez parte de dezenas de recitais de poesia, em diferentes palcos de Niterói e de outros municípios e estados brasileiros. Participou, ainda, de recitais de música.
Figura em várias antologias e considera Água Escondida, organizada por Neide, da qual participaram 234 poetas niteroienses, a mais importante delas.
Em 2003, organizou com Neide Barros Rêgo a antologia poética Girassóis para Neusa.
Com a colaboração do Grupo Nuance, de Arte de Dizer, do qual faz parte, e dos Mensageiros da Alegria, coordenou, em julho de 2004, o recital de poesia e música “Tiago - Semente de Solidariedade”, realizado no Centro Cultural Maria Sabina, em duas sessões, cuja renda foi revertida para as obras da “Casa de Apoio à Criança com Câncer Santa Tereza”.
Integra a Academia Fluminense de Letras e o Ateneu Angrense de Letras. Fez parte da Comissão de redação da Revista da Academia Fluminense de Letras, volume XVI, publicada em 2005 e das antologias Brazila Esperanta Parnaso e Brazila Esperanta Parnaso – Poesias escolhidas, ambas organizadas pelos acadêmicos e esperantistas Neide Barros Rêgo e o saudoso Sylla Chaves, publicadas em 2008.
Participou de comissões julgadoras no quesito interpretação poética.
Foi agraciada com as medalhas José Cândido de Carvalho e Anita Garibaldi – Niterói – RJ. |
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SAUDADES DO ANJO
O silêncio da noite
tomou conta dos seus olhos.
Naquele instante, tudo parou.
Somente a sombra do vento agoniante
a denunciar o sono eterno
que tão cedo chegou.
....
Do outro lado,
o arrebol da tarde
saudava os colibris
que, aos bandos,
fazendo alarde,
flanavam sobre os jardins
num cortejo para o anjo.
...
Íntimo da Casa,
agora
o anjo é só alegria.
Sentado em nuvem macia,
entre buliçosos querubins,
- oh, divina fantasia! –
ele conta suas histórias...
...
Enquanto isso, aqui,
este imenso vazio!...
Ah, irmãzinha querida,
que saudade sentimos
de ti !
(Para Ivone, 1996)
MEU PORTO SEGURO
Ao vislumbrar belo jardim
onde ricas flores se vê,
se uma é especial para mim,
ah!... eu me lembro de você.
Se uma jovem passa, charmosa,
trazendo de elegância um quê,
segura de si e vaidosa,
ah!...eu me lembro de você.
Quando vejo a mulher guerreira,
que sabe o que quer e o porquê,
conhece o seu chão, verdadeira,
ah!...eu me lembro de você.
Quando escureceu minha estrada
e vi meu sonho fenecer,
salvou-me a sua luz, amada.
Meu porto seguro... é você!
(Para Larissa, minha filha, em 29-10-2003) |
EXPLOSÃO DE CORES
É noite. Tudo parece sem vida.
Repentinamente, pincéis se agitam.
Ouve-se uma explosão...
Cores se abrem, estilhaçadas na escuridão.
Mil tipos de flores se formam,
espalham-se por entre os jardins.
São rosas, violetas, miosótis, jasmins.
Um caleidoscópio na natureza se avista.
Alvorece!
Em festa, surge a primavera na obra da artista!
Para a artista plástica Wanda Jardim
( poesia especialmente concebida, a seu pedido, com vistas à exposição de suas obras no Museu Antonio Parreiras – Niterói – Rj -9-1-2004)
À SOMBRA DO IPÊ
Naquela manhã de primavera,
bem no alto da colina,
deitada em relva verdejante,
senti-me personagem de Monet.
Trajava vestido esvoaçante,
chapéu com laço cor-de-rosa,
à sombra de frondoso e secular ipê.
Pequenas flores dançavam levemente,
com o sopro da brisa,
ao som melodioso de pássaros canoros.
Parecia um manto difuso e colorido
a descer pela montanha, invadindo vales.
O cenário era encantador!
Ali pensava como tem sido bela a minha vida!
Tão plena de experiências ricas,
Tão pródiga em dar e receber amor!
Súbito, negra nuvem surge e empana o azul do céu.
Embaça a paisagem límpida, aparentando estranho véu...
A Natureza toda se arrepia.
Célere, a tempestade se aproxima!
Levantei-me, cheia de pavor.
Saí daquela imagem turva, brumosa.
Pelas cordilheiras, adiante, voei,
livre qual um condor.
A procela não me pega!...
Despertei.
(2004)
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